domingo, 23 de dezembro de 2012

.ode ao mas.


.tem gente que diz que ama
mas só diz.

.diz que quer ver
mas só quer.

.que quer ir pra lua junto 
e blá blá blá...

.mas fica sentado no seu querer
e no seu mas.

(Anna Poulain)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012


.nada é mais subversivo do que ser normal
ter refúgio na solidão voluntária e necessária
de que adianta ser feliz para sempre se é a falta que nos faz querer?
.sair de dentro e nunca mais voltar é de cortar
o fato só é feto uma vez
adiantasse anestesiar a alma
a calma, venderiam na feira.
precisamos de mais uísque, menos Lexotan,
muita cinta-liga e nenhuma hiprocrisia. 
(Anna Poulain)

.refúgio.




nada é mais subversivo do que ser normal
ter refúgio na solidão voluntária e necessária
de que adianta ser feliz para sempre se é a falta que nos faz querer?
sair de dentro e nunca mais voltar é de cortar
o fato só é feto uma vez
adiantasse anestesiar a alma
a calma, venderiam na feira.
precisamos de mais uísque, menos Lexotan, 
muita cinta-liga e nenhuma hipocrisia. 


Anna Poulain

domingo, 22 de julho de 2012

Languidez...


Tardes da minha terra, doce encanto,
Tardes duma pureza de açucenas,
Tardes de sonho, as tardes de novenas,
Tardes de Portugal, as tardes d’Anto,

Como eu vos quero e amo! Tanto! Tanto!…
Horas benditas, leves como penas,
Horas de fumo e cinza, horas serenas,
Minhas horas de dor em que eu sou santo!

Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,
Que poisam sobre duas violetas,
Asas leves cansadas de voar…

E a minha boca tem uns beijos mudos…
E as minhas mãos, uns pálidos veludos,
Traçam gestos de sonho pelo ar…

(Florbela Espanca)

sexta-feira, 4 de maio de 2012

.moldura vazia.


moldura vazia
ali dentro não reconheço,
não desenho, não visito
esse espelho sem reflexo

impossível rabiscar,
trocar de cor,
tampouco posso apagar
esse estranho calabouço

preciso apenas de um resto
um fragmento de outrora
para transcender o cinza
que ora habita essa carne

(Anna Poulain)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

.meios.


o mundo? 
grande demais...
e eu?
.aqui.
quero minha coragem, minha revolta
 imploro pelos meus erros
cansei de bandeira branca
o branco é frio, no máximo morno
quem suporta esse meio?
meio alegre
meio caminho
meio termo?
grito pelo improviso
pelo instigante
o branco que se deixa tingir
e dessa forma 
deselegante e sincera
volto e contradigo
reinvento
e (me) corrôo...

(Anna Poulain)



sexta-feira, 13 de abril de 2012

.de florbela: para anna.

 


 Nunca fui como todos
Nunca tive muitos amigos
Nunca fui favorita
Nunca fui o que meus pais queriam
Nunca tive alguém que amasse
Mas tive somente a mim
A minha absoluta verdade
Meu verdadeiro pensamento
O meu conforto nas horas de sofrimento
não vivo sozinha porque gosto
e sim porque aprendi a ser só...

(Florbela Espanca)